quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Camilo Santana diz ser 'fundamental' aprovação do Novo Ensino Médio no 1º semestre

 O ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu nesta quarta-feira (28) a aprovação do Novo Ensino Médio ainda no primeiro semestre para permitir a implantação das mudanças em 2025.

O governo federal enviou em outubro de 2023 um projeto de lei para o Congresso para ajustar pontos do Novo Ensino Médio, aprovado durante o governo de Michel Temer (MDB).

O relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), apresentou seu relatório em dezembro de 2023, alterando pontos propostos pelo MEC, como a carga horária prevista para matérias obrigatórias, o que desagradou os governistas.

“Espero que a gente possa ainda neste semestre, até porque para implementar as mudanças no Ensino Médio para 2025 precisam ser aprovadas neste semestre, porque precisa ter o tempo para que as redes se prepararem para mudanças. É fundamental a aprovação ainda neste semestre na Câmara e no Senado”, afirmou.

Santana afirmou que espera que o texto enviado pelo governo seja considerado na íntegra, sem as alterações propostas pelo relator. Ele disse que vai se reunir com Mendonça para tentar chegar a um acordo.

O ministro destacou que a proposta encaminhada ao Congresso “é um consenso das entidades” e foi trabalhada com o Conselho Nacional de Secretários de Educação, Ubes, Conselho Nacional de Educação, conselhos estaduais.

“Eu espero que levem em consideração os cinco meses de discussão e 150 mil pessoas envolvidas, muito debate e muito aprofundamento. O desejo é que seja na integra o projeto”, afirmou.

 

Relatório

Entre outros pontos, o relatório de Mendonça alterou a distribuição da carga horária total, que é de 3.000 horas totais durante os três anos, com carga horária diária de 5 horas, do Novo Ensino Médio que constava da proposta enviada pelo governo.


Pontos em negociação


Como é hoje o Novo Ensino Médio:


1.800 horas de para disciplinas obrigatórias; e

1.200 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno).


Como o governo queria:


2.400 horas de para disciplinas obrigatórias; e

600 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno).

Como o relator propõe:


2.100 horas de para disciplinas obrigatórias; e

900 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno).


Previsão de votação

O deputado Rafael Brito (MDB-AL), que assumiu nesta quarta-feira (28) a presidência da Frente Parlamentar Mista de Educação, disse que há um compromisso da Câmara com o Ministério da Educação de votar o texto até março.

O deputado, no entanto, afirmou que ainda não se sabe qual será o texto que será votado. Segundo ele, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está na articulação para aprovar o texto no próximo mês.

“O PR Arthur Lira está conversando sobre esse assunto. É um assunto caro ao governo, é um assunto caro ao MEC e eles estão conversando para ver onde pode ser flexibilizado”.

O presidente da Frente Parlamentar também destacou que uma votação expressiva é fundamental para manter a validade da nova política de Ensino Médio por mais tempo. Um votação apertada poderia provocar uma nova reforma nos próximos anos disse Brito.


Link com a reportagem

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Novo Ensino Médio: Proposta do governo tirou flexibilidade e autonomia

 Mendonça Filho é entrevistado no Jornal Gente desta terça-feira (27). O deputado federal fala sobre a proposta do Novo Ensino Médio que deve ser votada nas próximas semanas. Assista a entrevista.


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

A reforma do ensino médio no Brasil

 O projeto apresentando pelo governo Lula para reformatar a política nacional de ensino médio no país reacendeu divergências entre especialistas e no Congresso Nacional. A reforma pretende alterar o chamado novo ensino médio, instituído desde o governo Temer, em 2017. 

Em entrevista a Marco Antônio Soalheiro, no Mundo Político, a doutora em educação Shirlei Sales, professora da FaE/ UFMG defende a revogação urgente do modelo, que, segundo a professora, piora o acesso ao conhecimento ao limitar a carga horária e esfacelar o currículo. Shirlei Sales alerta que há estudos apontando prejuízos graves para a rede pública em Estados onde já ocorreu a implantação que, segundo ela, criou um “fosso abissal” entre estudantes das escolas públicas e privadas. 


A professora lembra que passar a reforma no Congresso será um desafio por causa da pressão do lobby das fundações privadas de educação que têm um interesse mercadológico na manutenção do atual modelo.




terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Clube de Leitura

 

Clube de Leitura 

Convida:

Escolha do livro para o 1° Bimestre de 2024.

Local: Biblioteca.

Dia:28/02/2024 às 18h (quarta-feira).





Governo inclui novo Ensino Médio em prioridades para aprovação no Congresso no ano

 O anúncio foi feito após uma reunião realizada no Palácio do Planalto para tratar da volta dos trabalhos legislativos com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Pimenta (Comunicação Social), Márcio Macedo (Secretaria-Geral), e os líderes do governo José Guimarães (Câmara), Randolfe Rodrigues (Congresso) e Jaques Wagner (Senado)


Padilha disse que o “centro da agenda para o ano 2024 é consolidar o reequilíbrio econômico” do país, com o fim da desoneração e do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). De acordo com o ministro, o plano é enviar os projetos de regulamentação da reforma tributária até março. No segundo eixo de prioridades, estão as medidas relacionadas à transição ecológica, como a regulação do mercado de crédito de carbono. O terceiro eixo, ainda segundo Padilha, prevê os projetos de ampliação do crédito.


A aprovação do texto do Novo Ensino Médio, elaborado pelo Ministério da Educação, também foi colocado na lista citada por Padilha após a reunião. Os principais pontos para reforma do ensino médio tem como base a consulta pública feita desde março do ano passado, quando o governo passou a reavaliar o ensino médio. Em abril, o MEC decidiu suspender o calendário de implementação, que vinha sendo executado nas escolas desde 2022.


Em dezembro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a marcar a votação do requerimento de urgência do projeto. O governo não queria aprovar o texto porque não concordava com as mudanças em relação ao projeto original feitas pelo relator, Mendonça Filho (União-PE). Diante do impasse, houve um acordo para deixar a votação para 2024.


— A expectativa na Câmara, como foi combinado no fim do ano passado, é que se discuta o tema do Novo Ensino Médio — disse Padilha, nesta terça-feira.


Padilha afirmou que Lula vai se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a medida provisória que acaba com a desoneração de 17 setores da economia e acaba com o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).


— O governo abre um processo de negociação sobre esse tema — disse Padilha, após reunião com Lula nesta terça-feira.


Segundo Padilha, a conversa de Lula com Pacheco pode acontecer ainda nesta terça-feira ou na quarta-feira, a depender da agenda do presidente do Senado.


— Estamos abertos para negociar qual que é a melhor forma para que a gente possa aprová-la o mais rápido o possível. Não está descartado mandar um PL com urgência com o conteúdo dessa negociação.


Lula também vai se reunir na quinta-feira com líderes de partidos da base na Câmara e com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).


Fonte: <https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/02/20/governo-inclui-novo-ensino-medio-em-prioridades-para-aprovacao-no-congresso-no-ano.ghtml>

Ensino médio pode passar por nova reforma em 2024

 

Ensino médio pode passar por nova reforma em 2024 

O Novo Ensino Médio (NEM), cujas regras começaram a ser aplicadas em 2022, pode ser substituído por outro modelo. A discussão sobre as mudanças, já iniciada no Congresso, deve continuar em 2024. Além de um projeto apresentado pelo Executivo (PL 5.230/2023), o ano também foi marcado por debates na Subcomissão Temporária para Debater e Avaliar o Ensino Médio no Brasil (Ceensino), que apresentou um relatório com recomendações de ajustes na lei.

A reforma do Ensino Médio foi conduzida em 2017, durante o governo Michel Temer, mas as novas regras começaram a ser aplicadas em 2022 para parte dos alunos. A reforma alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB — Lei 9.394, de 1996) e, entre outros pontos, determina que disciplinas tradicionais passem a ser agrupadas em áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Cada estudante também passou a montar a sua própria grade de ensino médio escolhendo os chamados “itinerários formativos”.

Segundo o Ministério da Educação, muitos dos elementos da Lei 13.415, de 2017, que instituiu o NEM, não encontraram apoio de educadores e estudantes. A implementação do novo ensino médio está suspensa desde abril.

Para críticos das mudanças, a adoção das novas regras foi feita sem o devido debate e poderia aprofundar desigualdades entre estudantes das redes pública e privada. O novo modelo, segundo especialistas, induz jovens de escolas públicas a cursarem itinerários de qualificação profissional de baixa complexidade e ofertados precariamente, já que muitas escolas não têm infraestrutura adequada.

A mudança nas regras pode impactar a vida de quase 8 milhões de estudantes. Dados do último censo escolar divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) apontam que, em 2022, 7,86 milhões de alunos se matricularam no ensino médio. Desse total, 6,89 milhões de matrículas foram em escolas públicas e 971 mil em escolas particulares. Se acompanhada a tendência de anos anteriores, o número de matrículas deve crescer no censo escolar de 2023, cujos resultados serão divulgados no dia 31 de janeiro.

Projeto

Como alternativa às regras do Novo Ensino Médio, o governo apresentou, em outubro, o Projeto de Lei 5.230/2023, que redefine a Política Nacional de Ensino Médio no Brasil. O texto, que está em análise na Câmara dos Deputados, modifica diversas regras relativas a carga horária, disciplinas obrigatórias e formação de professores. Também altera os chamados “itinerários formativos”, que permitem ao estudante completar a grade curricular com áreas do conhecimento de seu interesse.

Um dos subsídios para a elaboração do texto, segundo o Ministério da Educação, foi o resultado de uma consulta pública feita em 2023. Essa consulta incluiu audiências públicas, oficinas de trabalho e reuniões com entidades; seminários; e consultas on-line com estudantes, professores e gestores escolares sobre a experiência de implementação do ensino médio no país.

O projeto do Executivo recompõe as 2.400 horas anuais para as disciplinas obrigatórias e sem integração com curso técnico. No caso dos cursos técnicos, serão 2.100 horas de disciplinas básicas e pelo menos 800 horas de aulas técnicas. As regras que haviam sido estipuladas pelo NEM determinam que as escolas devem destinar 1.800 horas anuais para as disciplinas obrigatórias e o restante, de 1.200 horas, para os itinerários formativos: matemáticas; linguagens; ciências da natureza; ciências humanas; ou formação técnica e profissional.

Para substituir os itinerários formativos, o novo texto define que o currículo do ensino médio será composto por uma formação geral básica e por percursos de aprofundamento e integração de estudos, que vão combinar no mínimo três áreas do conhecimento, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.

Subcomissão

No Senado, um grupo, instalado em março do ano passado, trabalhou ao longo do ano no tema. A Subcomissão Temporária para Debater e Avaliar o Ensino Médio no Brasil (Ceensino), ligada à Comissão de Educação, fez oito audiências públicas, em que foram ouvidos representantes dos diversos setores interessados, como governo, entidades ligadas à educação, trabalhadores, sociedade e estabelecimentos de ensino.

— A gente conseguiu, de fato, trazer a sociedade para este debate, foram ouvidas mais de 30 entidades. Esse é um papel que a subcomissão cumpre (…). A gente quer que o novo ensino médio, que se tornou velho, dê lugar a um renovado ensino médio — disse a presidente da Ceensino, senadora Teresa Leitão (PT-PE), em dezembro.

O colegiado deve continuar trabalhando em 2024. Uma das primeiras ações previstas é a votação do relatório da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), apresentado em dezembro. A expectativa é de que o texto seja votado a partir de fevereiro.

O documento traz uma série de recomendações para ajustes na lei do Novo Ensino Médio. Uma delas é a ampliação da carga horária dedicada à formação geral, das 1.800 horas atualmente previstas para 2.200 horas. De acordo com a relatora, a carga atual é insuficiente para dar conta de disciplinas como português, matemática, história e biologia.

“A carga horária do ensino médio deverá ser de no mínimo 3.000 horas totais, com pelo menos 2.200 horas destinadas à formação geral básica e 800 horas para a parte diversificada, sendo que, para os cursos técnicos, será realizado aproveitamento de até 400 horas da formação geral básica”, sugere Dorinha no texto. 

Evasão

Nas audiências da subcomissão, o tom da maior parte dos especialistas ouvidos foi de crítica ao NEM. No primeiro debate, em maio, o alerta foi sobre o risco de que as novas regras aumentassem a evasão escolar. O diretor de políticas e diretrizes da educação básica do Ministério da Educação (MEC), Alexsandro do Nascimento Santos, afirmou concordar com a extensão da jornada, mas citou a possibilidade de mais alunos virem a abandonar os estudos.

— Estender o tempo da jornada escolar sem pensar a qualidade que se oferta ali dentro pode ser um problema sério para as juventudes brasileiras. Ao invés de eu trazer os meninos para dentro da escola, eu posso produzir evasão, porque essa escola prende esse menino por sete, oito, nove horas lá dentro, com um currículo que não dialoga com as suas necessidades, com os seus desejos, e não tem a qualidade que a gente espera — alertou.

Na segunda audiência, os debatedores apontaram que a discussão sobre as novas regras para o ensino médio ignorou os principais impactados pelas regras: professores e estudantes. A relatora da comissão lembrou que as mudanças no ensino médio ainda estavam em discussão quando o governo Temer encaminhou a medida provisória que se transformou na lei do NEM (MP 746/2016aprovada em 2017 pelo Senado).

— Eu fiz parte de uma comissão, em que eu acho que ficamos debatendo a reforma do ensino médio por mais de dois anos na Câmara. E nós não conseguimos avançar e votar um relatório. No meio disso, houve a apresentação da medida provisória. Todo desenho de uma reforma na natureza do ensino médio numa medida provisória sempre é muito ruim em virtude do tempo de maturação do debate — apontou Dorinha.

A terceira audiência da comissão trouxe divergências entre os debatedores na questão da revogação imediata ou maior discussão sobre as regras. Na ocasião, a relatora disse que “demonizar a reforma” não era o ideal, mas concordou que seriam necessários ajustes nas regras e prometeu levar em conta as contribuições dos debatedores.

Desigualdade

Na quarta audiência da comissão, em junho, o principal alerta foi sobre o risco de aprofundamento das desigualdades com o Novo Ensino Médio. A coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, afirmou que o novo modelo desrespeita condições mínimas para que uma educação libertadora e democrática aconteça e que também induz jovens de escolas públicas a cursarem itinerários de qualificação profissional de baixa complexidade e ofertados de maneira precária em escolas sem a infraestrutura necessária.

— A educação brasileira precisa deixar de ser um projeto de crise, um projeto de aprofundamento da desigualdade, um projeto das elites. Precisa ser um projeto do povo. É esse o ponto central da nossa discussão aqui e é por isso que a gente tem, enquanto movimento da educação, ocupado as ruas, as redes, os debates e espaços de tomada de decisão, porque a gente não pode deixar passar, mais uma vez, mais um projeto que não foi construído com a comunidade educacional e que não é um projeto voltado para 99,9%, é um projeto para 0,1% [dos alunos] — lamentou a coordenadora do movimento.

Realidade dos alunos

A necessidade de levar em conta a realidade de alunos e municípios foi apontada na quinta audiência da comissão, também em junho. Em julho, o sexto debate promovido pela Ceensino trouxe representantes do Sistema S e de instituições de ensino para tratar da educação profissionalizante. O debate seguinte, também em julho, teve como uma das conclusões necessidade de garantir a permanência na escola, especialmente para alunos que precisam trabalhar.

— O novo ensino médio tem que aliar o direito ao trabalho remunerado, articulando com a política efetiva de permanência na educação básica. Sabemos a pressão que os arranjos familiares realizam com nossos jovens para que eles trabalhem e ajudem na renda familiar. A fome tem pressa. Precisamos pensar em uma educação básica que garanta a alimentação e que garanta a permanência [na escola] em diversos aspectos. Se não pensarmos dessa forma, qualquer proposta de novo ensino médio vai institucionalizar a evasão escolar e fomentar o trabalho infantil — alertou João Victor Baptista, representante do Ministério do Trabalho.

No último debate realizado em 2023, feito em agosto, foram ouvidos representantes dos estudantes, que pediram que a juventude fosse ouvida nas discussões sobre o ensino médio. O presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Marcus Vinicius Rocha, reforçou que a discussão sobre o ensino médio precisa colocar o jovem como protagonista:

— A educação é central no processo de emancipação, de construção da autonomia, de construção e concretização de sonhos dessa população jovem, de realização do potencial demográfico, econômico, social — disse.

Aprimoramento

A partir dessas audiências públicas, a relatora identificou pontos de aprimoramento necessários na reforma do ensino médio. Segundo a senadora Professora Dorinha Seabra, os debates evidenciaram um consenso em nove pontos que incluem, além da ampliação da carga horária básica, a infraestrutura, a formação de professores e mecanismos para superar desigualdades.

Fonte: Agência Senado






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