segunda-feira, 25 de março de 2024

Novo Ensino Médio dá um passo adiante

 Finalmente a Câmara aprovou o projeto que altera a reforma do ensino médio, sancionada em 2017. Desde lá, a medida foi alvo de ataques de cunho partidário e corporativista que pediam sua revogação.

Contudo os problemas estruturais que de fato surgiram na implantação não eram motivo para a interrupção da reforma, que busca minimizar gargalos dessa etapa do ensino como a evasão escolar.

Nesse sentido, o projeto aprovado pelos deputados é bem-vindo, já que mantém o cerne da versão original —flexibilização do currículo e integração da educação profissional à regular— e aponta soluções para os desafios verificados na prática ao longo dos anos.

Uma das mudanças que mais geraram transtornos foi a instauração dos itinerários formativos. Não havia critérios técnicos específicos para a estipulação dessas disciplinas, que têm como objetivo o aprofundamento de temas de interesse dos alunos, e a maioria das escolas não conta com professores especializados ou infraestrutura para suprir a contento essa exigência.

Já o projeto de lei ora aprovado delimitou os itinerários a apenas cinco áreas: quatro formadas a partir de conteúdos do currículo regular, como "linguagens, matemática e ciências humanas e sociais", e a outra reservada aos cursos profissionalizantes.

Tal organização também é importante porque facilita a criação de diretrizes nacionais claras, uma demanda das redes de ensino locais. Em relação à carga horária, contempla-se uma necessidade verificada no ensino técnico.

Na reforma original, o currículo comum a todos os estudantes era de 1.800 horas em três anos, e os itinerários tinham 1.200. A proposta do MEC da atual gestão mudou para 2.400 e 600, respectivamente. No entanto os alunos que cursam o modelo profissionalizante precisam de mais tempo para a formação específica.

Assim, MEC e deputados da base governista acataram diminuir a carga do currículo regular daqueles que optarem pela educação profissionalizante para 2.100 horas, aumentando para 900 a parte flexível —ademais, 300 dessas 2.100 horas podem ser usadas para complementar o ensino técnico.

Essa alteração é crucial, dado o interesse do alunado pela formação profissionalizante e da importância desse modelo para a rápida inserção no mercado de trabalho.

Agora, o Senado deve agir com celeridade para concluir a aprovação. Já o governo deve monitorar a implementação, auxiliando as redes regionais, e focar em outros problemas crônicos da educação brasileira, como a aprendizagem precária, a baixa oferta do ensino integral e a distorção entre série e idade no ensino fundamental.

sexta-feira, 22 de março de 2024

Novo Ensino Médio: como é hoje e como pode ficar

 O projeto que busca mudar o Novo Ensino Médio e que foi aprovado nesta quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados, prevê:

um aumento da carga horária das disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e um "encolhimento" da parte optativa do currículo;

uma definição mais específica do que pode ser ofertado como "itinerário formativo" (aquelas disciplinas que o aluno escolhe cursar);

uma flexibilidade maior nos cursos técnicos, para que, somente no caso deles, as disciplinas eletivas possam ocupar uma fatia maior da carga horária (entenda, em detalhes, mais abaixo).

A proposta ainda precisará ser votada pelo Senado, que poderá fazer alterações no texto. Ainda não há data marcada para essa etapa.

Em vigor em todas as escolas públicas e privadas do país desde 2022, o Novo Ensino Médio tem sido alvo de críticas desde que foi implantado. Por essa razão, o governo federal enviou, em outubro de 2023, um projeto de lei para o Congresso para ajustar alguns pontos.

Abaixo, veja o que está em vigor atualmente, como pode ficar o Novo Ensino Médio, e os prós e contras das mudanças propostas, segundo entidades do setor:


 CARGA HORÁRIA

Como é hoje:

1.800 horas para disciplinas obrigatórias (previstas na BNCC, a Base Nacional Comum Curricular) + 1.200 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno ou curso técnico).


O que foi aprovado pela Câmara:


2.400 horas para disciplinas obrigatórias + 600 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno).


O que dizem entidades do setor:O aumento da carga horária para as disciplinas obrigatórias é visto como positivo porque é justamente esse conteúdo que costuma ser cobrado em processo seletivos e vestibulares.


A avaliação é tanto de entidades, como Todos Pela Educação, quanto de associações estudantis, incluindo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).


O Consed, que reúne os secretários estaduais de educação, acredita que a nova divisão da carga horária representa um "compromisso essencial" com a qualidade do ensino e com o aprendizado dos estudantes, sem desconsiderar a importância da formação técnica.


DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS


Como é hoje:

Apenas português e matemática precisam estar presentes em todos os anos do ciclo, assim como estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia.


O que foi aprovado pela Câmara:

Disciplinas obrigatórias em todos os anos do ensino médio: linguagens (português e inglês) e artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física e química); ciências humanas (filosofia, geografia, história e sociologia). O ensino de espanhol passa a ser facultativo, e não obrigatório, como o governo queria.


O que dizem entidades do setor:

Outro aspecto avaliado positivamente pelas entidades é a ampliação da lista de disciplinas obrigatórias para todos os anos, já que, na versão em vigor da etapa, apenas português e matemática seriam oferecidos em todos os anos.

Além disso, a definição mais detalhada de como as áreas do conhecimento são constituídas também é algo a ser comemorado, pois permite às redes trabalhar melhor a interdisciplinaridade nas aulas.

As entidades estudantis, no entanto, defendem que o espanhol seja disciplina obrigatória no currículo, já que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige que o aluno escolha entre o inglês e o espanhol para ser avaliado na parte de língua estrangeira da prova.

Já o Consed exaltou a decisão de garantir aos estados a flexibilidade de decidir sobre a implementação do espanhol na grade curricular. A entidade justificou que, ao manter a disciplina facultativa, as redes podem tomar essa decisão com base nas necessidades locais e na disponibilidade de recursos.


 ITINERÁRIOS FORMATIVOS


Como é hoje:

As redes definem quantos e quais itinerários formativos vão ofertar.


O que foi aprovado pela Câmara:

Cada escola deve ofertar no mínimo dois itinerários (exceto as que oferecerem também o ensino técnico).

Haverá uma delimitação dos itinerários formativos para aprofundamento nas áreas do conhecimento, devendo cada um contemplar ao menos uma dessas áreas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática) ou uma formação técnica e profissional.


O que dizem entidades do setor:

Para as entidades estudantis, a mudança aprovada na Câmara aproxima os itinerários formativos do objetivo inicial, que é o de aprofundar o conhecimento do aluno em uma área de seu interesse.

Segundo a Todos Pela Educação, a obrigatoriedade de que cada itinerário foque em ao menos uma das áreas do conhecimento pode melhorar a organização das disciplinas ofertadas.

As mudanças são bem vistas ainda porque permitem que os itinerários tenham um escopo mais uniforme entre os colégios, independentemente da rede à qual eles pertençam. Em outro momento, as entidades já haviam apontado, por exemplo, discrepância entre as disciplinas optativas disponíveis em escolas públicas de interior e em colégios particulares de capital.


 CARGA HORÁRIA DO ENSINO TÉCNICO


Como é hoje:


1.800 horas de disciplinas obrigatórias + 1.200 horas para o ensino técnico (equivalente à carga de outras disciplinas optativas).


O que foi aprovado pela Câmara:

2.100 horas de disciplinas obrigatórias (sendo que 300 horas poderão ser destinadas a conteúdos da BNCC diretamente relacionados à formação técnica profissional oferecida, ficando 1.800). A carga horária máxima será de até 1.200 horas para o curso técnico escolhido.


O que dizem entidades do setor:

A Todos Pela Educação espera que o Senado faça alguns ajustes para aprimorar a proposta de compensação de horas das disciplinas obrigatórias no caso do ensino técnico. Na avaliação da entidade, o receio é o de que a variação de até 300 horas de formação geral básica acentue diferenças entre os alunos da formação técnica e aqueles que optarem por outras áreas de conhecimento.


 ENSINO À DISTÂNCIA


Como é hoje:

A legislação permite que os conteúdos possam ser dados por meio de atividades on-line e que os sistemas de ensino possam firmar convênios com instituições de educação à distância.


O que foi aprovado pela Câmara:

Carga horária destinada à formação geral básica deve ser ofertada de forma presencial, admitido, excepcionalmente, ensino mediado por tecnologia, em disciplinas como matemática, química, entre outras, com base em regulamento a ser elaborado.


O que dizem entidades do setor:


Para as entidades, é importante que os alunos estejam em sala de aula. Na visão deles, a oferta de disciplinas à distância poderá afastá-los das escolas. A restrição aprovada na Câmara para que o ensino à distância seja excepcional foi bem recebida.

"Este é um avanço importante dada a redação da reforma original, que abria maiores possibilidades para a educação á distância no ensino nédio brasileiro", defende a entidade Todos Pela Educação.

Para o Consed, no entanto, foi positiva a decisão de manter parcialmente a modalidade de ensino mediado por tecnologia, pois isso garante uma "oferta flexível do ensino médio". Para o órgão, essa alternativa é "fundamental para garantir o acesso à educação de qualidade a todos os estudantes, independentemente de sua localização geográfica".

Disponível em:<https://g1.globo.com/educacao/noticia/2024/03/21/novo-ensino-medio-como-e-e-como-pode-ficar.ghtml>

quinta-feira, 21 de março de 2024

Pontos Positivos e Negativos do Novo Ensino Médio

 O Novo Ensino Médio, implementado no Brasil, traz consigo tanto aspectos positivos quanto desafios a serem enfrentados. Aqui estão alguns deles:


Pontos Positivos:


Flexibilidade Curricular: O novo modelo permite aos alunos escolherem itinerários formativos de acordo com seus interesses e aptidões, promovendo uma educação mais personalizada e alinhada com suas aspirações profissionais e acadêmicas.

Inclusão de Habilidades do Século XXI: A reforma propõe a integração de competências como pensamento crítico, colaboração e criatividade, essenciais para o sucesso pessoal e profissional dos estudantes na sociedade contemporânea.

Maior Envolvimento dos Alunos: Com a possibilidade de escolha de disciplinas e atividades, os estudantes tendem a se engajar mais no processo educativo, aumentando a motivação e o interesse pelo aprendizado.


Pontos Negativos:

Desigualdade de Acesso: Há preocupações sobre a implementação igualitária do novo modelo, especialmente em regiões mais carentes, onde recursos podem ser escassos, dificultando o acesso dos alunos a uma educação de qualidade.

Exclusão de Disciplinas: Críticas foram levantadas contra a redução do número de disciplinas obrigatórias, o que pode resultar na exclusão de áreas importantes do conhecimento e na diminuição da formação integral dos alunos.

Desafios na Implementação: A transição para o Novo Ensino Médio requer investimentos significativos em infraestrutura, formação de professores e desenvolvimento de materiais didáticos, representando desafios logísticos e financeiros para as instituições de ensino.

Em resumo, embora o Novo Ensino Médio ofereça oportunidades para uma educação mais alinhada com as necessidades dos alunos, sua implementação requer atenção cuidadosa para garantir equidade, qualidade e eficácia.

Aprovação do projeto de lei que muda o Novo Ensino Médio: entenda as mudanças

 A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, em votação simbólica, o projeto que muda o Novo Ensino Médio. A redação final foi resultado de um acordo entre o ministro da Educação, Camilo Santana, e o relator da matéria, o deputado Mendonça Filho (União-PE), e agora vai para o Senado. Parlamentares do PT e até do PL, principal sigla de oposição, defenderam o texto ao discursar.

Santana, que na segunda-feira à noite teve uma forte discussão sobre o projeto com o relator no gabinete do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), acompanhou a votação dentro do plenário. Algumas mudanças foram feitas de última hora.

— Houve calor muito intenso no debate, e a discussão foi tensa muitas vezes — reconheceu Mendonça, em discurso ontem no plenário, em uma menção velada ao debate com o ministro na noite de segunda-feira, em que houve até soco na mesa, antes que o parlamentar e Santana pedissem desculpas um ao outro.


Como é o atual Novo Ensino Médio?


O mínimo de horas anuais de todo o ensino médio passou para 3 mil horas. Elas estão divididas em até 1,8 mil para formação geral básica e o restante (pelo menos 1,2 mil) para itinerários formativos.

Na formação geral básica estão: as disciplinas tradicionais, Português e Matemática (as únicas obrigatórias), Geografia, História, Química, Física, Biologia, etc. É a parte do currículo que todos da escola precisam fazer igual.

Nos itinerários formativos: em tese, são para aprofundar o conhecimento nas áreas de interesse dos alunos.

Currículo: a formação geral básica segue a matriz da Base Nacional Comum Curricular, mas cada estado decide quantas horas quer dar de cada disciplina. Já os itinerários não possuem uma matriz de referência — cada rede oferece da forma que achar melhor.

As principais mudanças da reforma

O mínimo de horas anuais de todo o ensino médio foi mantido em 3 mil horas. Elas estão divididas em até 2,4 mil para formação geral básica e o restante (600) para itinerários formativos.

Educação técnica: formação geral básica terá 2,1 mil horas. As redes, porém, estão liberadas para utilizarem até 300 dessas horas de forma articulada com o curso profissionalizante nas carreiras que precisem de mil ou 1,2 mil de formação. Assim, a formação geral básica cai para até 1,8 mil horas.

Currículo: a formação geral básica não tem alterações além da carga horária. Já os itinerários terão uma matriz de referência criada pelo MEC ouvindo as secretarias de educação.

Itinerários formativos: todas as escolas devem oferecer todas as áreas de conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências Sociais e Ciências da Natureza) organizadas em, no mínimo, dois itinerários formativos com ênfases distintas.


Cargas horárias


A principal discordância, e que impediu a votação do texto no fim do ano passado, dizia respeito às cargas horárias estabelecidas inicialmente pelo projeto. Mas com o acordo entre relator e o ministro, a formação geral básica passará a ser de no mínimo 2,4 mil horas para alunos que escolherem o currículo regular, das quatro áreas de conhecimento (Matemática, Linguagens, Ciências da Natureza e Ciências Sociais). No atual modelo, são no máximo 1,8 mil horas.

No ensino profissionalizante, a formação geral básica terá 2,1 mil horas. Mas as redes estão liberadas para utilizarem até 300 dessas horas de “forma articulada com o curso técnico” nas carreiras que precisem de mil ou 1,2 mil horas de formação. Neste caso, o currículo de disciplinas clássicas, a formação geral básica, cai até 1,8 mil horas.

A formação geral básica é a parte do currículo com apenas disciplinas clássicas (Português, Matemática, Química, Física, Biologia) e que será igual para todos os estudantes. Os itinerários formativos são a parte flexível. Em tese, o estudante pode escolher em qual das quatro áreas do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Sociais) ele deseja se aprofundar ou se deseja fazer um curso técnico, o que seria um quinto itinerário.

Mendonça Filho também retirou a previsão de contratação de professores de “notório saber”, quando não se referir ao ensino profissionalizante. Outra emenda incluída determinou que a carga horária em qualquer parte do currículo “será ofertada de forma presencial, ressalvadas as exceções previstas em regulamento”.

Com essa emenda do deputado Pedro Uczai (PT-SC), a educação à distância, prática que tem oposição do MEC, está liberada em casos excepcionais, que incluiriam escolas em localização especial, como comunidades ribeirinhas e outras de difícil acesso.

Outra mudança prevista no texto é um prazo a mudança do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O projeto determina que a prova responsável por selecionar estudantes para o ensino superior será ajustada ao novo formato dessa etapa educacional a partir de 2027, quando o modelo reformulado completará seu primeiro ciclo, com alunos que entrarão nele em 2025 se formando em 2027.

O texto, no entanto, ainda não define por quais mudanças o Enem passará. Há a perspectiva que ele seja definido com um dia de prova para avaliar a formação geral básica e outro para medir o conhecimento dos estudantes do itinerário escolhido.

A mudança do Novo Ensino Médio era vista como um urgência pelo MEC, parlamentares e secretários de educação. A aprovação ainda em março possibilita que, se for aprovado no Senado ainda no primeiro semestre, já tenha efeitos no ano letivo de 2025. O tema também estava impedindo que outras questões importantes fossem tratadas no Congresso, como a discussão do novo Plano Nacional de Educação (PNE).


Ensino técnico


Apesar da aprovação, houve embates entre opositores ao governo e deputados do PSOL na sessão de análise do texto. Professor de História, além de deputado, Tarcísio Motta (PSOL-RJ) criticou as 1,8 mil horas destinadas ao ensino técnico.

— Criar dois ensinos médios distintos, com cargas diferentes, e relegar ao ensino técnico 1,8 mil horas é um retrocesso, uma volta ao passado e um convite à precarização. É necessário refletir sobre cada um desses pontos que terão impactos sociais à frente, na formação desses profissionais.

Alice Portugal (PCdoB-BA) também criticou a carga horária destinada ao ensino técnico.

— Houve, sim, vitórias neste texto. Porém, o ensino técnico não teve sorte. Queremos aplaudir o aumento do número de técnicos do Brasil, mas não queremos apertadores de botões. Queremos técnicos competentes. O notório saber (para o ensino técnico) também precisa ser retirado deste projetos. Salas de aulas são lugares para professores, profissionais com formação, e não apenas com dom — afirmou.

Mendonça Filho lembrou que os secretários estaduais de educação foram ouvidos para que o texto final fosse alinhavado.

— São os grandes responsáveis pelo ensino médio. Eles concordaram com as cargas horárias. O projeto contempla o ensino técnico com uma área de saber que requer o ensino básico, mas necessita ter campo e espaço para atuação e laboratórios, por isso tem regras diferentes — afirmou.

Disponível em:<https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/noticia/2024/03/21/entenda-as-mudancas-no-novo-ensino-medio-aprovado-com-apoio-do-pt-ao-pl-na-camara-texto-agora-segue-para-o-senado.ghtml>

quarta-feira, 20 de março de 2024

A quem interessa reduzir a formação básica dos jovens no ensino médio?

 Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei 5.230/2023 que pretende corrigir a reforma do ensino médio. Elaborado pela equipe do MEC como resultado de uma consulta pública, o texto do PL precisa ser aperfeiçoado, mas expressa o incontestável: o novo ensino médio aprovado a toque de caixa no governo Temer era pior do que se imaginava.

Além de amplificar desigualdades escolares, a reforma se mostrou administrativamente inviável, com escolas e redes de ensino tendo que planejar a oferta e a alocação de professores em dezenas (e até centenas) de disciplinas com pouco conteúdo científico. Maltratou a saúde física e mental do professorado e sabotou os sonhos de muitos jovens.

Milhões de estudantes que há pouco fizeram as provas do Enem não tiveram aulas durante metade do ensino médio. Eles próprios afirmam que um itinerário formativo sobre sustentabilidade envolvendo empreendedorismo com sucata ou a fabricação de tijolos não pode ser chamado de "aula".

Entre avanços e tropeços do PL de agora, há uma disputa em torno da carga horária da chamada "formação geral básica" (FGB). A proposta do MEC é reservar, dentro das 3.000 horas letivas totais do ensino médio, uma carga horária mínima de 2.400 horas para a FGB (as 13 disciplinas escolares), que a atual reforma havia minguado para 1.800 horas.

Na Câmara, o relator designado para o PL —Mendonça Filho (União-PE)— é o ex-ministro da Educação de Michel Temer que aprovou a reforma de 2017 e já se declarou mobilizado na defesa do "legado" do ex-presidente. Ele tem o apoio de secretários estaduais de Educação para cortar 300 horas da formação científica dos estudantes. O objetivo é driblar a necessidade de contratação de professores nas redes estaduais —simplificar o currículo para baratear a educação dos mais pobres.

Uma nota técnica produzida por pesquisadores que estudam políticas de ensino médio, que também analisaram as 79 emendas apresentadas ao PL 5.230/2023, mostrou que essa redução para 2.100 horas significa retirar dos estudantes 30 minutos por dia de acesso ao conhecimento. É como se o ensino médio durasse apenas 2,7 anos nas escolas públicas, em comparação aos três anos das particulares.

Antes de defenderem o encurtamento da formação escolar nas escolas públicas, parlamentares e secretários de Educação deveriam responder quantas das aulas de física ou história eles trocariam por oficinas de "brigadeiro gourmet" nas escolas privadas de seus filhos e netos.

Dificuldade em lidar com conceitos filosóficos ou antipatia pelas aulas de biologia são comuns para jovens que ainda estão por perceber que o conhecimento que parece inútil nos torna pessoas pensantes e capazes de dar sentidos inéditos às coisas do mundo. Sim, precisamos conhecer os estados de oxidação do carbono para entender a enrascada climática em que nos encontramos. E, sim, precisamos de aulas de sociologia para problematizar mazelas que se perpetuam na mesma proporção do enriquecimento das elites nacionais.

Elites que, representadas por especialistas em educação fabricados por institutos e fundações empresariais, propuseram e defenderam a atual reforma do ensino médio, e seguem convencidas de que é preciso surrupiar horas-aula da formação científica de estudantes da escola pública para "modernizar" o currículo.

MEC e relator chegam a acordo, e Novo Ensino Médio deve ser votado com 2,4 mil horas de formação geral básica

 O Ministério da Educação (MEC) entrou em acordo com o relator do Novo Ensino Médio, o deputado federal Mendonça Filho (União/PE), e a matéria deve avançar na Câmara. Os dois lados cederam e é possível que o tema seja votado já nesta quarta-feira. É consenso no governo, na Câmara e entre secretários de Educação que o assunto precisa ser resolvido com urgência.

O principal entrave foi equacionado: a formação geral básica será de no mínimo 2,4 mil horas para alunos que escolherem o currículo propedêutico — das quatro áreas de conhecimento. No atual modelo, são no máximo 1,8 mil horas. Para os que fazem curso técnico, será de 1,8 mil horas a 2,1 mil, dependendo da carga horária do profissionalizante. Os cursos técnico de maior relevância, como os da área de Saúde e Tecnologia, têm 1,2 mil horas. Nesses casos, a formação geral básica básica será de 1,8 mil. A informação é do relator Mendonça Filho e foi confirmada por parlamentares da base do governo.

A formação geral básica é a parte do currículo com apenas disciplinas clássicas (Português, Matemática, Química, Física, Biologia etc) e que será igual para todos os estudantes. Já os itinerários formativos são a parte flexível. Em tese, o estudante pode escolher em qual das quatro áreas do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Sociais) ele deseja se aprofundar ou se deseja fazer um curso técnico, o que seria um quinto itinerário.

Ao GLOBO, Mendonça Filho afirmou que o acordo firmado seguiu o formato dos itinerários proposto no último relatório, apresentado em dezembro. O documento aponta que esses formatos serão compostos de aprofundamento das áreas de conhecimento e prevê a criação de diretrizes nacionais para cada uma delas, em um trabalho feito pelo MEC ouvindo as secretarias estaduais de Educação.

— Serão os quatro itinerários, respeitando as áreas de conhecimento, com diretrizes elaboradas pelo MEC ouvindo os secretários da educação — afirmou Mendonça.

A proposta ainda determina que todas as escolas devem ofertar as quatro áreas do conhecimento que estejam organizadas em, no mínimo, dois itinerários com ênfases distintas. Como exemplo, um colégio poderia oferecer os seguintes itinerários para cumprir a regra: Linguagens e suas tecnologias mais Ciências Sociais aplicadas; e Matemática e suas tecnologias mais Ciências da Natureza e suas tecnologias. A proposta do governo era construir quatro itinerários e que cada um deles tivesse pelo menos três áreas do conhecimento.

A obrigatoriedade do espanhol e o fim da educação mediada por tecnologia e do notório saber, que também constavam na proposta do governo, ficarão de fora do texto que será votado.

— A educação mediada por tecnologia serve para atender áreas remotos, especialmente nos estados amazônicos, comunidades indígenas e ribeirinhas. Precisa disso. E o notório saber é fundamental. Sem isso não tem educação técnica. Como vai ter um professor de eletrônica ou de enfermagem? Sem isso, compromete completamente a educação técnica, que é um dos principais objetivos da reforma do ensino médio.


Negociações

O acordo pela votação tem sido costurado desde a última semana, quando o governo acenou a possibilidade de flebilixar sua proposta, que previa uma carga horária de 2,4 mil horas de formação geral básica com a possibilidade de cair para até 2,1 mil horas na educação técnica.


Isso criou uma rejeição grande de estados que investem na rede de ensino técnico, já que dificultava a oferta dos cursos com mais de 900 horas — que são menos complexos e de menor rentabilidade para seus egressos. O PSD, por exemplo, já havia se decidido votar contra a proposta do governo por um pedido do governador do Paraná, Ratinho Júnior.


Na última quarta-feira, representantes do MEC apresentaram ao relator a possibilidade de flexibilizar a carga horária da formação geral básica na educação técnica e um acordo foi costurado. Ele foi selado nesta segunda-feira durante uma reunião no gabinete do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com a presença do relator e do ministro Camilo Santana.

O formato do Novo Ensino Médio tem sido debatido novamente pelo Congresso. A reforma, realizada em 2017 no governo de Michel Temer (MDB), tem sofrido pesadas críticas de diversos setores — de especialistas e pesquisadores a professores e estudantes — sob o argumento de que ela deveria ser, pelo menos, ajustada.

Entre as críticas, está o fato de que a parte flexível do currículo se afastou de ser um aprofundamento das disciplinas básicas e, com isso, foram criadas disciplinas como “O que rola por aí” e “Brigadeiro Gourmet”. Assim, muitos alunos acabam cursando o terceiro ano do ensino médio — quando, no fim, é realizado o Enem — sem aulas de matérias que são cobradas na prova. Alguns setores chegaram a pedir a revogação completa da reforma, o que foi recusado por governo e oposicionistas.

Fonte: <https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/noticia/2024/03/19/governo-e-relator-chegam-a-acordo-e-novo-ensino-medio-deve-ser-votado-com-24-mil-horas-de-formacao-geral-basica.ghtml>

terça-feira, 19 de março de 2024

Soco na mesa e gritos marcam reunião de ministro da Educação e relator do Novo Ensino Médio

 Uma reunião na noite dessa segunda-feira, 18, para tentar um acordo para votação da proposta do governo de reforma do Novo Ensino Médio terminou em confusão na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O ministro da Educação, Camilo Santana, e o relator da matéria, Mendonça Filho (União-PE), discutiram. O clima esquentou e a conversa terminou com socos na mesa. De acordo com relatos obtidos pela Coluna do Estadão, os dois quase chegaram “às vias de fato”.

Procurado pela Coluna, Mendonça não negou a elevação de tom, mas minimizou o episódio. “Tenho respeito pelo ministro, nossas diferenças são ideológicas sobre educação e o jogo está zerado”, afirmou o parlamentar sem se prolongar no assunto. A equipe de Camilo Santana ainda não respondeu. No final do encontro, os dois pediram desculpas mútuas.

O principal ponto da discórdia no projeto é a carga horária para a formação geral básica, como antecipou a Coluna. O Ministério da Educação defende 2,4 mil horas. Mendonça Filho colocou um teto de 2,1 mil horas e apresentou mais uma proposta, de 2,2 mil horas, para fechar o acordo, mas sem sucesso. Camilo Santana não cede na sua proposta.

De acordo com interlocutores, o relator reclamou da “intransigência” do ministro e considerou que o embate era por questões pessoais. Mendonça era ministro da Educação do governo Temer, fiador do Novo Ensino Médio que foi aprovado pelo Congresso Nacional na época e atualmente em vigor.

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o relator do novo ensino médio, Mendonça Filho (União-CE) Foto: Vinicius Loures (Camilo)/Zeca Ribeiro (Mendonça)/Câmara dos Deputados

Atualmente a carga é de 1,8 mil horas. Mendonça argumentou que, elevando para 2,2 mil horas, estaria cedendo 400 horas para se aproximar do que o governo propõe. Já o MEC abriria mão de “apenas” de 200 horas. Mesmo assim, não houve avanço.

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Também participaram o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o deputado Damião Feliciano (União-PB), o coordenador da Frente Parlamentar da Educação, Rafael Brito (MDB-AL) e o deputado Moses Rodrigues (União-CE).

Nos bastidores, as informações foram de que o clima ficou ainda mais tenso porque, diferentemente do final do ano, quando o governo Lula recuou na votação porque temia derrota em plenário, agora o Planalto conta com o apoio do presidente da Câmara para votar a matéria ainda esta semana, com a aposta de que vencerá a batalha na pauta. O tema foi levado para reunião do colégio de líderes neste terça, 19, quando deve ser decidido o dia da votação.

segunda-feira, 18 de março de 2024

MEC e Câmara ainda buscam acordo sobre Novo Ensino Médio, mas relator prevê votação nesta semana

 Apesar de o Ministério da Educação (MEC) e a Câmara dos Deputados ainda buscarem um acordo sobre o formato do Novo Ensino Médio, o relator sobre o tema na Casa, Mendonça Filho (União Brasil-PE), prevê que a votação pode acontecer já nesta semana.

Segundo deputados ouvidos pela CNN, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou aos líderes partidários que pretende pautar o projeto de lei que altera a reforma do Ensino Médio em um futuro breve. A intenção é fazer ajustes em relação ao que havia sido estabelecido na época.

O impasse que tem travado a tramitação do Novo Ensino Médio está centrado, principalmente, numa queda de braço entre o MEC e os deputados sobre a carga horária dedicada à formação geral básica.

Em seu relatório, Mendonça Filho aumentou a carga horária de aulas obrigatórias na comparação com a regra atual, mas a reduziu em relação à sugestão do Ministério da Educação.

Atualmente, as 3.000 horas do ensino médio são divididas entre 1.800 horas de disciplinas obrigatórias (base geral) e 1.200 horas nos itinerários formativos escolhidos por cada aluno ou formação técnica.

O governo defende uma divisão diferente: de 2.400 horas e 600 horas, respectivamente. O relatório apresentado por Mendonça Filho propõe então um “meio-termo”: 2.100 horas e 900 horas, também respectivamente. Neste caso, 300 das 2.100 horas podem ser destinadas à Base Nacional Comum Curricular mais a formação técnico profissional.

O deputado avalia que a carga horária proposta pelo atual governo vai, na prática, inviabilizar uma boa formação com qualidade em cursos técnicos. Na avaliação dele, uma flexibilidade maior da carga horária ainda se reflete em um currículo e uma formação mais atraentes aos jovens.

Mendonça Filho foi o ministro da Educação no governo Michel Temer (MDB), em que foi sancionada a lei da reforma do Ensino Médio, em 2017.

Desde que passou a vigorar, o novo modelo de Ensino Médio é alvo de críticas de setores que representam o magistério e o movimento estudantil. Diante disso, o Ministério da Educação abriu uma consulta pública com representantes de diversas entidades para chegar a uma proposta, que foi apresentada ao Congresso.

Na última quarta-feira (13), o Ministro da Educação, Camilo Santana, e Mendonça Filho se encontraram em uma reunião no MEC que contou com a presença de deputados da base e membros da Frente Parlamentar da Educação.

No encontro, os deputados e o ministro conversaram sobre a distribuição das horas por mais de duas horas, sem chegar a um acordo. Um dos participantes relatou à reportagem que o encontro foi amistoso e importante para apresentar e detalhar ao relator os pontos defendidos pelo governo. O receio de um deputado presente à reunião é que o tema acabe virando mais um “cavalo de batalha” do que uma discussão educacional.

Segundo fontes ouvidas pela CNN existe a possibilidade de que o relator e o MEC batam o martelo em 2.200 horas para a formação geral básica.

Questionado sobre possíveis mudanças no parecer, Mendonça Filho não negou a possibilidade de acordo e disse estar aberto ao diálogo permanente com o Ministério da Educação. Ele não concorda com todas as sugestões feitas pela atual gestão da pasta. Tanto que promoveu alterações em seu parecer em relação ao que queria o ministério e não o mudou desde o ano passado.

O projeto está parado desde dezembro do ano passado, quando os deputados aprovaram regime de urgência na tramitação, o que permite a análise do tema diretamente em plenário, sem ter que passar por comissões temáticas.

Camilo Santana já disse que espera ver a aprovação da nova reforma do Ensino Médio no primeiro semestre na Câmara e no Senado. O relator reafirmou que a ideia é que os deputados federais votem o projeto de lei até o final deste mês.


O que diz o MEC

Procurado pela CNN, o MEC afirmou, em nota, que o “PL encaminhado ao Congresso, para reestruturação do ensino médio, é fruto de uma construção conjunta a partir de consulta pública, que ouviu mais de 150 mil estudantes e professores”.

A pasta afirma também que “as 2.400 horas para formação geral básica são um pleito legítimo de professores e estudantes” e que “o MEC se coloca contrário a desenhos curriculares com potencial de fragmentar e ampliar as desigualdades na última etapa da educação básica”.



sexta-feira, 15 de março de 2024

Mudanças no novo ensino médio devem ser votadas até o fim de março

 O relator do projeto de lei (PL) que trata de alterações do novo ensino médio, o deputado Mendonça Filho (União-PE), irá se reunir, nesta quarta-feira (13/3), com o ministro da Educação, Camilo Santana, na busca pelo consenso no tema da carga horária destinada à formação geral básica dos estudantes, que e grade de disciplinas e conhecimentos comuns a todos. Segundo o parlamentar, este é o único ponto de divergência e a intenção é votar o texto até o fim deste mês.

“O acordo entre os líderes, com a participação do presidente (da Câmara) Arthur (Lira), é de que nós votemos a proposta que muda o novo ensino médio até o final de março. Então a minha expectativa é de que a gente possa ter a aprovação das mudanças até o final desse mês”, comentou o deputado durante encontro da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo.

“Acho que a oportunidade desse encontro com o ministro Camilo Santana será para que a gente possa dirimir algumas dúvidas, algumas divergências existentes principalmente naquilo que diz respeito a questão da carga horária, da formação geral básica para todo o ensino médio brasileiro”, completou ele.


Entenda as mudanças


Atualmente, são previstas 1,8 mil horas para a formação geral básica. A proposta enviada pelo Ministério da Educação (MEC) no fim do ano passado ao Congresso redefine os parâmetros do novo ensino médio e prevê 2,4 mil horas para esta finalidade. “A proposta no nosso relatório é de 2,1 mil e o governo deseja 2,4 mil, uma distância de cerca de 300 horas.”

“Essas 300 horas impactam diretamente na questão da disponibilidade com relação ao aprofundamento relativo ao chamado itinerário formativo, que é o que o jovem quer estudar com maior profundidade, ou a educação profissional, que é outro item muito relevante, demanda da nossa juventude. Quanto mais espaço houver para cursos técnicos, profissionais, evidentemente, mais sintonia terá o novo ensino médio com nossa juventude. O governo está defendendo que a gente possa ter um gradiente, ou seja, uma gradação de aumento da formação geral básica, variando com o universo da carga horária total do ensino médio”, explicou o relator.

Mendonça Filho avalia ser injusto que “um jovem que, por exemplo, opte pela formação mais técnica, profissional, tenha aquilo que seja dedicado em tempo de formação geral menor do que os demais que optam por um curso mais propedêutico”.

“O que o MEC está defendendo é que, para cursos em tempo integral, você possa ter uma formação geral básica maior do que aqueles cursos cuja a base, a carga horária, seja regular, ou seja, de 3 mil horas (anuais) como determina a legislação do novo ensino médio”, contou o parlamentar aos jornalistas.

O deputado descarta apresentar um novo relatório, que, segundo ele, recebe o apoio do MEC. “A discussão sobre língua estrangeira já foi superada, a mediação por tecnologia para áreas remotas, distantes, como por exemplo comunidades indígenas, quilombolas. Na verdade, a gente não tem muita dificuldade nos pontos mais polêmicos do início do debate. O ponto remanescente de divergência diz respeito à carga horária”, finalizou ele, que aposta que a reunião com Camilo deve trazer um consenso neste ponto.

Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2024/03/6817988-mudancas-no-novo-ensino-medio-devem-ser-votadas-ate-o-fim-do-mes.html>.

quarta-feira, 13 de março de 2024

PESQUISA DATAFOLHA APONTA PERCEPÇÃO DE JOVENS INGRESSANTES NO ENSINO MÉDIO

 Praticamente dois em cada três jovens entre 14 e 16 anos que iniciaram o primeiro ano do Ensino Médio em 2024 afirmam que desejam um modelo de escola de Ensino Médio flexível, ou seja, com uma parte comum a todos e outra em que podem aprofundar conhecimentos em áreas de interesse ou fazer cursos profissionalizantes de forma integrada – em linha com a essência do “Novo Ensino Médio”. 

Os dados são da pesquisa Datafolha, encomendada pelo Todos Pela Educação, e realizada de forma presencial entre janeiro e fevereiro deste ano. 

Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados desejam um currículo “flexível”. Desse total, 35% preferem uma escola que ofereça, em parte do tempo, as mesmas disciplinas para todos os alunos e, em outra, a possibilidade de aprofundar conhecimentos e disciplinas de maior interesse. Outros 29% preferem uma escola que combine uma parte com as mesmas disciplinas para todos os alunos e outra com a possibilidade de fazer um curso técnico profissional. E 35% preferem a manutenção do modelo pré-reforma do Ensino Médio: uma escola com as mesmas disciplinas para todos os alunos durante toda a etapa. 

Quando considerados apenas os entrevistados que dizem estar bem informados sobre o “Novo Ensino Médio” (8%), a opção por um dos dois caminhos “flexíveis” sobe para 79% (38% para aprofundar conhecimentos e 42% para cursar técnico).

“Ainda que a pesquisa não busque avaliar o novo ensino médio como está hoje, que tem uma série de problemas já evidenciados e que precisam ser corrigidos, os dados reforçam que a essência, os princípios do Novo Ensino Médio, são, sim, defendidos pela maioria dos jovens que estão ingressando agora na etapa, sobretudo entre aqueles que dizem conhecerem bem o novo modelo. Mais do que isso, porém, os dados fornecem novos subsídios para aperfeiçoar a proposta legislativa que busca ajustar o modelo e que está em fase final de tramitação no Congresso Nacional”, avalia Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo do Todos Pela Educação. 

“Um desses subsídios está no dado revelado pela pesquisa: oito em cada dez jovens indicaram que gostariam de aprofundar seus estudos, na parte flexível do ensino médio, em apenas uma área. Outros 15% indicaram duas áreas. Esse dado é importante para o debate sobre os percursos de aprofundamento da etapa, em que uma das propostas em discussão é que eles combinem três áreas do conhecimento”, completa Olavo. 

O levantamento ainda aponta que pouco mais da metade (53%) dos entrevistados diz que não tem conhecimento/não está bem informado sobre o Novo Ensino Médio ou a reforma dessa etapa. Entre aqueles que dizem ter tomado conhecimento sobre as mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio: 34% avaliam como “muito positivas”; 36% como “um pouco positivas”; 6% “nem positivo nem negativo”; 14% “um pouco negativo”; 6% “muito negativo”; e 4% não sabem opinar. Quando aplicado o recorte para os que dizem “ter tomado conhecimento e estão bem informados”, o percentual de “muito positivo” sobe para 47%.

O Datafolha também perguntou para os jovens que mostraram interesse em fazer um curso técnico integrado ao ensino médio se eles desistiriam dessa opção caso tivessem menos aulas de disciplinas que caem nas provas do Enem e de vestibulares. Para essa questão, 77% indicaram que ainda escolheriam fazer o técnico, e 21% disseram que desistiriam da opção. Esses alunos também demonstram, segundo a pesquisa, disposição em ficar mais horas na escola para fazer o curso técnico. “Estas são importantes informações na medida em que as propostas legislativas em tramitação estabelecem uma diferenciação na formação geral básica entre quem opta pela trilha acadêmica e quem escolhe a trilha técnica”, diz Olavo.

A pesquisa Datafolha ouviu, presencialmente, 462 pessoas de 14 e 16 anos, de escolas públicas e privadas, em todas as regiões do país. As entrevistas foram realizadas entre 29 de janeiro e 9 de fevereiro de 2024. A margem de erro é de cinco pontos percentuais (para mais ou para menos), com nível de confiança de 95%.

Disponível em: https://todospelaeducacao.org.br/noticias/pesquisa-datafolha-aponta-percepcao-de-jovens-ingressantes-no-ensino-medio/

segunda-feira, 11 de março de 2024

Projeto Socioemocional da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE)

 Informamos que, para continuidade das atividades previstas no Projeto Socioemocional da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE) e, com o objetivo de identificar e analisar as competências e características socioemocionais dos estudantes, a Subsecretaria de Articulação Educacional (SE) inicia hoje a campanha Pesquisa Socioemocional.

Esta campanha visa explorar e compreender diversas dimensões das competências socioemocionais dos estudantes do 6° e 8° Ensino Fundamental e 2° Ensino Médio. É obrigatório que todos os estudantes públicos da campanha respondam a pesquisa utilizando o e-mail institucional. O formulário está disponível para preenchimento até o dia 22/03/2024.

Link do formulário:





- Cada escola deve designar um professor responsável para acompanhar a aplicação do questionário. O professor responsável deve: 


1) Compartilhar o link do questionário com os estudantes; 

2) Orientar os estudantes sobre o preenchimento; 

3) Incentivar os estudantes a responderem a pesquisa; 

4) Acompanhar o processo de preenchimento e 

5) Garantir a integridade e imparcialidade da coleta de dados.


- Para responder o formulário, os estudantes deverão acessar o e-mail institucional da educação, os e-mails possuem o seguinte formato: nome do aluno + id aluno (id aluno é o código Simade do aluno) + aluno.mg.gov.br. Exemplo de e-mail aluno: “maria.31313131@aluno.mg.gov.br”.

 - A SRE deverá encaminhar a lista que foi disponibilizada pela Diretoria de Infraestrutura Tecnológica (DITE) com as informações de acesso ao e-mail institucional dos estudantes públicos da campanha para as escolas de sua circunscrição, a fim de agilizar o processo.

 - O endereço do e-mail institucional do estudante pode ser consultado através do endereço https://idaluno.educacao.mg.gov.br/ ou através do Simade.

 - A primeira senha de acesso ao e-mail institucional é, por padrão, a data de nascimento do aluno. Exemplo: 15/12/2010. Caso seja invalidado o acesso com a senha padrão, trata-se de indicativo que o estudante ou responsável já acessou o e-mail institucional em momento anterior à pesquisa e alterou a senha. Nesse caso, a escola deverá encaminhar e-mail para o Núcleo de Tecnologias Educacionais (NTE) da sua respectiva regional solicitando o reset da senha do aluno.

- É desejável que, caso a escola disponha de laboratório de informática, a aplicação ocorra em ambiente escolar.

Em caso de dúvidas quanto ao acesso aos e-mails institucionais dos estudantes, a escola deve enviar e-mail para o Núcleo de Tecnologias Educacionais (NTE).

Contamos com a colaboração de todos para o sucesso da campanha.

domingo, 10 de março de 2024

Plano de Trabalho: Matemática e Visão de Finanças

 Objetivo Geral:

Promover o desenvolvimento de competências matemáticas aplicadas ao contexto financeiro, capacitando os estudantes a compreender e gerenciar aspectos relacionados às finanças pessoais e econômicas.


Ementa:

Introdução aos conceitos matemáticos básicos relacionados a finanças.

Análise de juros simples e compostos.

Cálculos de porcentagem aplicados a descontos, acréscimos e taxas de juros.

Elaboração e análise de orçamentos pessoais e familiares.

Estudo de investimentos e aplicações financeiras básicas.

Noções de matemática financeira empresarial.


Metodologia:

Aulas expositivas dialogadas para apresentação dos conceitos.

Resolução de exercícios práticos e contextualizados.

Estudos de caso para aplicação dos conhecimentos em situações reais.

Utilização de recursos audiovisuais e tecnológicos para facilitar a compreensão.

Atividades práticas de elaboração e análise de orçamentos.


Avaliação:

Provas escritas para avaliar o domínio dos conceitos matemáticos e sua aplicação em contextos financeiros.

Trabalhos individuais e em grupo sobre casos práticos de finanças pessoais e empresariais.

Participação em atividades em sala de aula e contribuição para discussões e debates.


Recursos Necessários:

Quadro branco ou flipchart.

Projetor multimídia.

Computadores ou tablets com acesso à internet para pesquisa.

Material didático específico sobre matemática financeira.


Cronograma:

Mês 1-2: Introdução aos conceitos básicos de matemática financeira.

Mês 3-4: Estudo de juros simples e compostos, porcentagens e descontos.

Mês 5-6: Elaboração e análise de orçamentos pessoais.

Mês 7-8: Investimentos e aplicações financeiras.

Mês 9-10: Matemática financeira empresarial.

Mês 11-12: Revisão e avaliação final.

Plano de Trabalho: Núcleo de Inovação (Matemática)

 Objetivos:


Estimular o pensamento crítico e criativo dos alunos em relação à Matemática.

Desenvolver habilidades de resolução de problemas e raciocínio lógico.

Promover o uso de tecnologias e métodos inovadores no ensino e aprendizagem da Matemática.


Conteúdos:

Exploração de conceitos matemáticos avançados.

Aplicação da Matemática em contextos do mundo real.

Utilização de ferramentas tecnológicas para visualização e análise de dados.

Estudo de métodos de resolução de problemas não convencionais.


Metodologia:

Aulas expositivas dialogadas para introdução de conceitos.

Resolução de problemas em grupo, incentivando a colaboração.

Utilização de jogos e atividades lúdicas para tornar o aprendizado mais dinâmico.

Projetos de pesquisa e experimentação para explorar aplicações da Matemática em diferentes áreas.


Recursos Didáticos:

Livros didáticos e materiais complementares.

Softwares e aplicativos educacionais.

Jogos matemáticos e quebra-cabeças.

Laboratório de informática e acesso à internet.


Avaliação:

Avaliação formativa baseada na participação em atividades e discussões em sala de aula.

Avaliação somativa através de provas, projetos e apresentações.

Feedback contínuo para orientar o progresso dos alunos e identificar áreas de melhoria.


Cronograma:

Semana 1-2: Introdução aos conceitos de inovação em Matemática.

Semana 3-5: Exploração de problemas desafiadores e estratégias de resolução.

Semana 6-8: Aplicações da Matemática em áreas como ciência, tecnologia e finanças.

Semana 9-10: Projetos de pesquisa e apresentação dos resultados.

Plano de Trabalho: Práticas Comunicativas


Objetivos:

Desenvolver habilidades de comunicação oral e escrita.

Promover a expressão criativa e a argumentação persuasiva.

Aprimorar a capacidade de interpretação e produção de textos em diferentes gêneros.


Conteúdos:

Compreensão e produção textual.

Técnicas de argumentação e debate.

Expressão oral: oratória, apresentações públicas, entrevistas.

Comunicação digital: produção de conteúdo para redes sociais, blogs, vídeos, podcasts.


Metodologia:

Aulas expositivas e dialogadas.

Atividades práticas de produção textual e oral.

Debates e discussões em grupo.

Utilização de recursos tecnológicos para criação de conteúdo multimídia.


Recursos Didáticos:

Livros e materiais didáticos.

Computadores, internet e softwares de edição.

Gravadores de áudio e vídeo.

Projetor multimídia e quadro branco.


Avaliação:

Análise de participação e colaboração em atividades em grupo.

Avaliação formativa de produções textuais e orais.

Feedback individualizado para orientar o desenvolvimento das competências comunicativas.


Cronograma:

Semana 1-2: Introdução aos conceitos básicos de comunicação.

Semana 3-5: Produção textual em diferentes gêneros.

Semana 6-8: Expressão oral e técnicas de apresentação.

Semana 9-10: Comunicação digital e criação de conteúdo online.

Plano de Trabalho: Saberes e Investigação da Natureza

 


Definição de Objetivos: 

Estabelecer o desenvolvimento de habilidades investigativas, como observação, análise crítica, formulação de hipóteses e síntese de informações.

Seleção de Conteúdos:

 Escolha de temas relevantes para a investigação, abrangendo áreas como ciências naturais, ciências sociais, história, geografia, entre outras.

Metodologia de Ensino: 

Implementação de metodologias ativas, como aprendizagem baseada em projetos, experimentação prática, debates e pesquisa bibliográfica.

Recursos Didáticos:

 Utilização de materiais diversificados, incluindo livros, artigos científicos, recursos audiovisuais, laboratórios, museus e bibliotecas.

Avaliação:

 Desenvolvimento de critérios claros de avaliação, incluindo a análise do processo investigativo, a qualidade das evidências apresentadas e a capacidade de comunicação dos resultados.

Acompanhamento e Feedback:

 Oferecimento de orientação contínua aos alunos, fornecendo feedback construtivo sobre o progresso de suas investigações.

Plano de Trabalho: Desenvolvimento Econômico

 

Identificação de Objetivos: 

Estabelecer metas claras para o desenvolvimento econômico, como compreensão dos princípios básicos da economia, análise de políticas públicas e compreensão das relações econômicas internacionais.

Seleção de Conteúdos:

 Escolha de conteúdos relevantes, como macroeconomia, microeconomia, políticas econômicas, globalização, empreendedorismo e finanças pessoais.

Metodologia de Ensino:

 Utilização de aulas expositivas, estudos de caso, simulações, debates, e trabalhos em grupo para promover a compreensão prática e teórica dos conceitos.

Recursos Didáticos:

 Utilização de materiais diversificados, incluindo livros didáticos, artigos acadêmicos, vídeos educativos, e recursos online.

Avaliação: 

Implementação de avaliações formativas e somativas, incluindo testes escritos, trabalhos individuais e em grupo, apresentações e projetos.

Acompanhamento e Feedback: 

Oferecimento de feedback regular aos alunos para auxiliá-los na melhoria contínua de seu desempenho e compreensão dos conceitos econômicos.

Plano de Trabalho: Preparação para o ENEM (Matemática)

Objetivo Geral: 

Preparar os estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) por meio do aprofundamento dos conteúdos de Matemática e do desenvolvimento das habilidades necessárias para obter um bom desempenho na prova.


Objetivos Específicos:

Dominar os conteúdos abordados no ENEM, como álgebra, geometria, análise combinatória, estatística, entre outros.

Desenvolver a capacidade de interpretação e resolução de problemas complexos.

Aprimorar as habilidades de raciocínio lógico e dedutivo.

Fomentar o uso de diferentes estratégias de resolução de questões matemáticas.

Realizar simulados periódicos para avaliar o progresso e identificar áreas que necessitam de reforço.


Estratégias de Ensino:

Aulas expositivas para apresentação dos conteúdos, seguidas de resolução de exercícios.

Utilização de recursos audiovisuais e tecnológicos para tornar o aprendizado mais dinâmico e interativo.

Realização de atividades práticas e contextualizadas que demonstrem a aplicação dos conceitos matemáticos no cotidiano e no ENEM.

Disponibilização de materiais de estudo complementares, como apostilas, livros e videoaulas.

Orientação individualizada para sanar dúvidas e fornecer feedback aos estudantes.


Avaliação:

Avaliação contínua por meio de exercícios de fixação, trabalhos individuais e em grupo, e participação em sala de aula.

Realização de provas simuladas nos moldes do ENEM para avaliar o desempenho dos alunos e identificar pontos de melhoria.

Feedback individualizado para orientar os estudantes no seu processo de aprendizagem e preparação para o exame.


Recursos Necessários:

Livros didáticos e materiais de apoio para estudo.

Computadores ou tablets com acesso à internet para utilização de plataformas de ensino e simulados online.

Quadro branco, projetor e material de escrita para as aulas expositivas.

Simulados anteriores do ENEM para prática dos alunos.

Base de Itinerários Formativos

 A Base de Itinerários é um mapeamento de Itinerários Formativos, Disciplinas Eletivas e Atividades baseadas em Metodologias Ativas compartilhadas por instituições públicas e privadas de educação do Brasil. 

Plano de Trabalho: Linguagens

Objetivo Geral: Desenvolver habilidades linguísticas e culturais por meio da exploração de diversas formas de expressão, promovendo a comunicação eficaz e a compreensão do mundo ao redor.

Objetivos Específicos:

Aprofundar o conhecimento em Língua Portuguesa, ampliando a capacidade de expressão oral e escrita.

Explorar as manifestações culturais, literárias, artísticas e midiáticas, desenvolvendo a capacidade crítica e analítica dos estudantes.

Estimular a criatividade e a expressão artística por meio de diferentes linguagens, como teatro, música, dança, pintura, entre outras.

Integrar o uso das tecnologias da informação e comunicação para a produção e análise de conteúdos linguísticos.

Estratégias de Ensino:

Realização de debates e rodas de conversa para discussão de temas relevantes da atualidade.

Leitura e análise de obras literárias, filmes, peças teatrais, músicas e outras manifestações culturais.

Produção de textos variados, como redações, poemas, contos, crônicas, ensaios, entre outros.

Realização de atividades práticas, como dramatizações, apresentações teatrais, recitais, exposições artísticas, entre outras.

Utilização de recursos digitais e plataformas online para pesquisa, produção e apresentação de conteúdos.

Avaliação:

Avaliação contínua, considerando a participação em atividades, produção de trabalhos individuais e em grupo, e o desenvolvimento das habilidades linguísticas e culturais.

Avaliação formativa, com feedback constante para o aprimoramento do desempenho dos estudantes.

Avaliação somativa, por meio de provas, apresentações orais, projetos integradores, entre outros.

Recursos Necessários:

Livros didáticos e paradidáticos.

Acesso a bibliotecas, cinemas, teatros e espaços culturais.

Computadores, tablets e acesso à internet.

Materiais para produção artística, como lápis, papel, tintas, pincéis, entre outros.

Cronograma:

O plano será distribuído ao longo do ano letivo, com atividades semanais e mensais planejadas de acordo com os objetivos propostos.

Serão realizadas avaliações periódicas para acompanhar o progresso dos estudantes e ajustar o planejamento conforme necessário.

Plano de Trabalho: Introdução ao Mundo do Trabalho

 Objetivo:

Capacitar os alunos a compreender o mundo do trabalho, suas dinâmicas, desafios e oportunidades, preparando-os para uma transição bem-sucedida para o mercado profissional.

Metodologia:

Exploração Teórica:


Introduzir os conceitos fundamentais relacionados ao mundo do trabalho, como tipos de empregos, mercado de trabalho, habilidades profissionais requeridas, entre outros.

Realizar discussões em sala de aula sobre as diferentes perspectivas do trabalho ao longo da história e sua evolução nas sociedades contemporâneas.

Análise de Casos e Estudos de Campo:


Analisar casos práticos de diferentes profissões e carreiras, incluindo suas demandas, oportunidades de crescimento e impacto na sociedade.

Realizar visitas a empresas locais ou receber profissionais convidados para compartilhar suas experiências e insights sobre o mercado de trabalho.

Desenvolvimento de Habilidades Profissionais:


Oferecer atividades práticas para o desenvolvimento de habilidades profissionais essenciais, como comunicação eficaz, trabalho em equipe, resolução de problemas e liderança.

Promover workshops sobre elaboração de currículos, entrevistas de emprego e etiqueta profissional.

Projetos de Pesquisa e Apresentações:


Dividir os alunos em grupos para realizar projetos de pesquisa sobre temas relevantes do mundo do trabalho, como tendências de emprego, impacto da tecnologia e empreendedorismo.

Apresentar os resultados dos projetos em forma de relatórios escritos e apresentações para a turma.

Avaliação:

Avaliação contínua baseada na participação em discussões, realização de atividades práticas e qualidade dos projetos de pesquisa.

Avaliação formal por meio de testes escritos e apresentações dos projetos.

Recursos:

Livros e materiais didáticos sobre o mundo do trabalho.

Acesso a dados e estatísticas sobre o mercado de trabalho local e global.

Colaboração com profissionais e empresas locais para atividades práticas.

Considerações Finais:

Este plano de trabalho visa fornecer aos alunos uma compreensão abrangente do mundo do trabalho e prepará-los para tomar decisões informadas sobre suas carreiras. Ao adotar uma abordagem prática e interativa, os alunos serão capacitados a enfrentar os desafios do mercado profissional com confiança e habilidade.

Plano de Trabalho: Tecnologia e Inovação

 Objetivo:

Desenvolver habilidades e competências relacionadas à tecnologia e inovação, preparando os alunos para compreender, utilizar e criar soluções tecnológicas inovadoras.

Metodologia:

Introdução aos Conceitos Fundamentais:


Apresentação dos conceitos básicos de tecnologia e inovação, destacando sua importância na sociedade contemporânea.

Discussão sobre as tendências tecnológicas atuais e seu impacto nos mais diversos setores da vida humana.

Exploração Prática de Ferramentas Tecnológicas:


Hands-on com diferentes ferramentas e plataformas tecnológicas, como softwares de design, programação, automação e análise de dados.

Projetos práticos para aplicar os conhecimentos adquiridos, incentivando a experimentação e a criatividade.

Estudo de Casos e Análise de Tendências:


Análise de casos de empresas e projetos que utilizam tecnologia de forma inovadora para solucionar problemas e criar oportunidades.

Investigação de tendências futuras em tecnologia e inovação, como inteligência artificial, internet das coisas, blockchain, entre outros.

Desenvolvimento de Projetos de Inovação:


Formação de equipes para desenvolver projetos de inovação, desde a concepção da ideia até a prototipagem e apresentação.

Mentoria e acompanhamento dos projetos por profissionais da área, promovendo o networking e a troca de experiências.

Avaliação:

Avaliação contínua baseada na participação em atividades práticas, projetos de grupo e apresentações.

Avaliação de projetos de inovação com base em critérios como originalidade, viabilidade técnica e impacto potencial.

Recursos:

Laboratório de informática equipado com softwares e hardware relevantes.

Acesso a recursos online, como tutoriais, cursos e materiais educativos.

Palestras e workshops com profissionais da área de tecnologia e inovação.

Considerações Finais:

Este plano de trabalho visa proporcionar aos alunos uma imersão prática no mundo da tecnologia e inovação, preparando-os para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado de trabalho cada vez mais tecnológico e dinâmico.

Plano de Trabalho: Economia e Trabalho

 Objetivo:

Capacitar os alunos a compreender os princípios básicos de economia e seu papel no mundo do trabalho, preparando-os para tomar decisões financeiras e profissionais mais conscientes e informadas.


Metodologia:


Estudo Teórico:


Iniciar com uma introdução aos conceitos fundamentais de economia, como oferta e demanda, mercado de trabalho, inflação, entre outros.

Explorar como esses conceitos se aplicam ao contexto do trabalho, abordando temas como salário mínimo, divisão do trabalho e políticas econômicas.

Análise de Casos Práticos:


Analisar casos reais de economia e trabalho, como crises econômicas, desemprego estrutural e globalização, para entender as implicações práticas desses conceitos.

Promover debates e discussões sobre questões éticas e sociais relacionadas ao mercado de trabalho e distribuição de renda.


Simulações e Jogos de Papel:


Realizar simulações de mercado de trabalho e negociações salariais para que os alunos vivenciem as dinâmicas do mundo profissional.

Organizar jogos de papel que simulem diferentes cenários econômicos e seus efeitos no emprego e na renda.

Projetos de Pesquisa:


Dividir os alunos em grupos para realizar projetos de pesquisa sobre temas específicos relacionados à economia e trabalho, como desigualdade de renda, impacto da tecnologia no emprego e políticas de inclusão social.

Apresentar os resultados dos projetos em forma de relatórios ou apresentações.

Avaliação:

Avaliação contínua com base na participação em discussões, atividades práticas e projetos de pesquisa.

Avaliação formal por meio de testes escritos e apresentações finais dos projetos.

Recursos:

Livros e materiais didáticos sobre economia e trabalho.

Acesso a dados econômicos e estatísticas de trabalho.

Utilização de recursos digitais, como vídeos educativos e simulações online.

Considerações Finais:

Este plano de trabalho visa proporcionar aos alunos uma compreensão sólida dos princípios básicos de economia e seu impacto no mercado de trabalho. Ao adotar uma abordagem prática e interativa, os alunos serão capacitados a aplicar esses conhecimentos em suas vidas pessoais e profissionais.

Plano de Trabalho: Projeto de Vida

Objetivo

Desenvolver habilidades de autoconhecimento, planejamento e tomada de decisão entre os estudantes, capacitando-os para definir e alcançar seus objetivos pessoais e profissionais.


Metodologia


Sessões de Autoconhecimento:


Realização de atividades que ajudem os estudantes a refletir sobre suas habilidades, interesses, valores e metas pessoais.

Exemplo: questionários de autoavaliação, dinâmicas de grupo, sessões de coaching.

Exploração de Possibilidades Profissionais:


Palestras e debates com profissionais de diferentes áreas para apresentar diversas opções de carreira.

Visitas técnicas a empresas e instituições educacionais para conhecer de perto o mercado de trabalho e as oportunidades de estudo.

Realização de testes de aptidão e pesquisas sobre diferentes profissões.

Elaboração do Plano de Vida:


Orientação individualizada para ajudar os estudantes a definir objetivos de curto, médio e longo prazo.

Criação de um plano de ação detalhado, incluindo etapas específicas e prazos para alcançar cada objetivo.

Utilização de ferramentas como mapas mentais, cronogramas e planilhas de acompanhamento.


Desenvolvimento de Habilidades Socioemocionais:


Atividades para fortalecer competências como resiliência, empatia, comunicação e trabalho em equipe.

Jogos de simulação, dinâmicas de grupo e atividades artísticas para promover o autoconhecimento e a autoestima.

Avaliação

Avaliação contínua do progresso dos estudantes por meio de observação, registros de acompanhamento e feedback individualizado.

Avaliação do impacto do programa por meio de questionários de satisfação, entrevistas e análise de resultados alcançados pelos estudantes.

Plano de Trabalho: Matemática e Cidadania

Desenvolvimento de Projetos Multidisciplinares:


Implementar projetos que envolvam não apenas Cidadania e Matemática, mas também outras disciplinas relevantes, como História, Geografia e Ciências Sociais.

Exemplo: um projeto sobre políticas públicas, onde os alunos investigam um problema social, analisam dados estatísticos, propõem soluções e consideram implicações históricas e geográficas.


Abordagem Interdisciplinar Avançada:


Criar unidades de estudo que integrem conceitos complexos de cidadania, como direitos humanos, justiça social e participação política, com métodos avançados de análise matemática, como cálculo estatístico, modelagem matemática e teoria dos jogos.

Exemplo: um estudo sobre desigualdade de renda, onde os alunos exploram teorias de distribuição de renda, realizam análises estatísticas avançadas e propõem políticas públicas baseadas em modelos matemáticos.


Colaboração com Equipes Multidisciplinares:


Envolvimento de profissionais de diversas áreas (psicologia, sociologia, economia, entre outras) em projetos colaborativos com os alunos, trazendo diferentes perspectivas e experiências para enriquecer o aprendizado.

Exemplo: palestras de especialistas convidados, workshops práticos e mentoria em projetos de pesquisa.

quarta-feira, 6 de março de 2024

Caderno de Itinerários Formativos

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Camilo Santana diz que "novo ensino médio" gerou desigualdade no Enem e quer mudanças aprovadas no 1º semestre

 Aprovado desde 2017 e implementado no começo de 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o chamado “novo ensino médio”, é centro de críticas do ministro da Educação Camilo Santana (PT). Para ele, as mudanças geraram desigualdade em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As declarações foram dadas, em entrevista exclusiva ao Cidadeverde.com, nesta terça-feira (05), durante agenda do ex-governador para o lançamento do programa “Pé-de-Meia” no Piauí. 

“A questão curricular é muito importante. A grande questão no novo ensino médio é que ele foi reduzido e isso tem sido questionado. Ou seja, a importância do aluno ter uma boa formação em matemática, português e no ensino geral e gerou descontinuidade em relação ao Enem. Tem escola que não conseguiu implementar os chamados itinerários. Então, criou desigualdade na hora de fazer o Enem”, explicou.

O novo modelo de ensino possibilitava que estudantes escolhessem em quais campos desejavam se aprofundar mais e modificava a distribuição de matérias no currículo, ampliando a carga horária das escolas. Para que isso pudesse ser colocado em prática, o número de aulas da formação básica era reduzido.

De acordo com Camilo Santana, essas questões estão passando por ajustes. As principais revisões propostas são para aumentar para 2,4 mil as horas de disciplinas obrigatórias e diminuir a quantidade de aulas optativas para 600 horas.

“Essas questões estão sendo ajustadas. Foi uma proposta consensualmente construída de todos fazerem o Enem a partir de uma base, estimular o ensino técnico, acho que é o grande caminho que o Brasil precisa fazer”. 

O texto está parado no Congresso desde dezembro de 2023, por falta de acordo entre o governo e o relator da proposta, Mendonça Filho (União Brasil), que foi ministro da Educação do governo Michel Temer (MDB).

Para o ministro, é hora de “virar” a página.

“Não houve prejuízo, porque a proposta só valeria para 2025. O ideal é aprovar ainda nesse primeiro semestre para que as redes se prepararem para as mudanças no ano que vem”, disse.  “Estamos em contato com o relator, com os líderes, há um empenho do governo até para a gente passar a página disso”, acrescentou. 


 

terça-feira, 5 de março de 2024

Materiais de Apoio para os Aprofundamentos dos Itinerários Formativos do Ensino Médio

 A coleção “Aprofundamentos dos Itinerários Formativos do Ensino Médio” é constituída por 9 volumes, que contemplam os itinerários que serão disponibilizados na rede Estadual do Espírito Santo a partir do ano de 2023, esses guias têm por objeto subsidiar o processo de implantação dos aprofundamentos e também oferecer ao(a) professor(a) um material prático e simples que possa auxiliá-lo em seu planejamento. 

Itinerários formativos na BNCC do Ensino Médio

 São discutidas as relações entre disciplinas escolares e propostas de integração nas políticas de currículo, com foco na proposta de itinerários formativos e de organização por competências da Base Nacional Comum Curricular para o ensino médio, destacando alguns efeitos que produzem nas identificações docentes, bem como as tentativas de controle dos projetos de vida dos estudantes. O artigo conclui que a proposta de integração curricular apresentada pela BNCC do ensino médio não viabiliza a flexibilidade curricular a qual alude, pelo contrário, tende a ser restritiva de possibilidades de integração curricular por permanecer tentando controlar o projeto de futuro dos jovens estudantes por meio de metas fixadas a priori.

Artigo

segunda-feira, 4 de março de 2024

Aprovação do novo Ensino Médio é um dos desafios da Frente Parlamentar Mista de Educação

  Na solenidade de lançamento da Frente Parlamentar Mista da Educação, na Câmara dos Deputados, realizada na quarta-feira (28), o novo presidente o grupo, deputado Rafael Brito (MDB-AL), apontou a aprovação da proposta novo Ensino Médio (PL 5230/23, do Poder Executivo) como um os grandes desafios para este ano.

“Aproximadamente 8 milhões de alunos estão estudando em um modelo de Ensino Médio que eles sabem que não vai continuar. Imagina a ansiedade e a dúvida desse estudante na sala de aula. Precisamos entregar para o País a melhor proposta de Ensino Médio", afirmou o parlamentar.

Ele destacou ainda como assunto latente a questão da alimentação escolar. Para Rafael Brito, é preciso auxiliar o Ministério da Educação (MEC) com financiamento para que se faça Justiça. "Todos sabem que com 50 centavos não se consegue oferecer para nossos alunos uma refeição de qualidade", criticou.

Consenso

Também presente no evento de lançamento da frente, o ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu a proposta do governo para o novo Ensino Médio. Segundo ele, o projeto de lei é fruto de uma ampla consulta realizada com todos os envolvidos na questão.

“A proposta não foi construída somente pelo MEC. Foram cinco meses ouvindo mais de 130 mil alunos, mais de 20 mil professores, especialistas, entidades representativas, secretários estaduais e conselhos", explicou. "A proposta que chegou ao Congresso é fruto de uma construção coletiva com o objetivo de melhorar o Ensino Médio brasileiro", garantiu.

Para ele, após um bom debate, é importante que a proposta seja aprovada ainda no primeiro semestre para que a redes de ensino se preparem para  implementar as mudanças a partir de 2025.

Pé-de-meia 

O ministro Camilo Santana destacou ainda a importância do incentivo financeiro garantido aos estudantes pelo programa "Pé-de-Meia", criado pela lei Lei 14.818/24.

Sancionada lei que cria incentivo financeiro ao estudante do ensino médio

O Pé-de-Meia prevê o pagamento mensal de R$ 200, que podem ser sacados em qualquer momento, mais depósitos de R$ 1.000 ao final de cada ano concluído, que o estudante só pode retirar da poupança após se formar no Ensino Médio. A expectativa é que os pagamentos comecem neste mês.

A deputada Tabata Amaral (PSB-SP), ex-presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação e autora do projeto que deu origem ao Pé-de-Meia, reiterou o apoio ao projeto "Pé-de-meia". "Meus pais tiveram que abandonar a escola antes de concluir o Ensino Médio porque tinham que trabalhar, tinham uma filha para cuidar. O que a gente está fazendo é revolucionar o futuro da educação brasileira. O futuro do Brasil é diferente por conta desse projeto", comemorou.


Fonte: Agência Câmara de Notícias

domingo, 3 de março de 2024

Aprenda Mais (MEC)

 Aprenda Mais – A plataforma (Clique aqui!) foi instituída pela Portaria Setec nº 491, de 7 de outubro de 2021, a fim de ofertar cursos on-line, abertos e massivos (Mooc) para a sociedade em geral, desenvolvidos pelas instituições que compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O ambiente virtual fortalece uma importante missão assumida pela Setec: contribuir efetivamente para ampliar o acesso da população brasileira à educação profissional. 

Ao todo, a Aprenda Mais já soma 245 cursos gratuitos, em 12 áreas distintas do conhecimento, somando mais de 1,3 milhão de inscritos. 

Guia de Itinerários Formativos

 Clique aqui!

Plano de Curso para Emergência Climática

  Plano de Curso: Emergência Climática – Ensino Médio Carga Horária Total:  60 horas (15 semanas, 4h semanais) Objetivo Geral: Promover uma ...